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Black Friday: conheça os principais golpes pela internet e saiba como se proteger
Durante o período, 2% das compras são efetuadas com cartões de crédito clonados
Consumidores em todo o Brasil esperam descontos e condições para realizar suas compras na Black Friday, que acontece nesta sexta-feira. A ânsia por ofertas, que prometem ser os maiores do ano, faz com que seja um período de aumento significativo de golpes. Durante a megaliquidação, 2% das compras são pagas com cartões de crédito clonados. O que representa R$ 69 milhões em volume de transações.
E-mails falsos, links de pagamentos fraudulentos, ofertas enganosas estão entre as armadilhas que os consumidores precisam vencer para de fato ter ganhos com a promoção.Podcast:o que fazer para não entrar em furada na Black Friday
Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) 70% das fraudes financeiras são decorrentes da engenharia social, ou seja, a vulnerabilidade do usuário através da persuasão de hackers que abusam da ingenuidade ou confiança para ter acesso não autorizado a computadores ou informações. As falsificações não se restringem ao ambiente virtual e podem, muitas vezes, envolver diferentes processos e etapas. Confira a relação de golpes e orientações para se precaver de cada uma.
E-mails ou SMS’s se passando por instituições oficiais, com layouts muito similares, com o objetivo de coletar dados de clientes bancários, direcionar a site falso, induzir a pagamento fraudulento. Geralmente o conteúdo dessas mensagens pede atualização de cadastros.
Orientação: O banco nunca solicita recadastramento ou atualização de forma digital. Desconfie de links ou arquivos anexados; atente-se a grafia errada e layout suspeito; não ceda a pressões e urgências; verifique a URL passando o mouse em cima do link.
Fraudadores migraram para as redes sociais. Em alguns casos, links patrocinados são utilizados ou perfis solicitam informações de cartões para fazer customização de cartões de crédito com motivos musicais ou esportivos.
Orientação: Atente-se para a verificação do perfil e cuidado com anúncios nas redes sociais.
Algumas páginas na internet se passam por uma empresa com o objetivo de coletar dados dos clientes ou induzir a realização de transações fraudulentas, geralmente esses endereços possuem domínios suspeitos e longos.
Orientação: Verifique a URL no campo endereço no navegador
Em alguns casos, os golpistas utilizam o aplicativo WhatsApp se passando por outras pessoas como parentes, gerentes de bancos ou representantes de empresas com objetivo de solicitar informações.
Orientação: Ative a verificação em duas etapas e o bloqueio de tela em sua conta do WhatsApp. Confirme por telefone se algum conhecido pedir dinheiro emprestado por mensagem. Nunca informe senha ou códigos.
Cresce também a leitura do depoimento de outros consumidores sobre suas experiências para driblar os golpes e garantir assertividade nas compras. Em 2018, durante a Black Friday, foram contabilizadas 12 milhões de leituras de avaliações de produtos e lojas em um levantamento da Yourviews, empresa especialista em reviews de produtos e lojas. A consultoria, que integra a Hi Plataform, grupo com foco no relacionamento com o consumidor, prevê um aumento de 32% na consulta por avaliações no Black Friday de 2019. Fernando Shine, diretor da Yourviews, acredita que as considerações dos clientes melhoram a experiência do consumidor.
— Além da confiabilidade através das revisões, o consumidor consegue ter mais informações sobre os produtos. E, com isso, as empresas também conseguem identificar possíveis lacunas de segurança ou problemas. É uma relação de ganha ganha — explica Shine.
A arquiteta Denise Dentello, de 28 anos, nunca teve problemas com fraudes, mas sempre lê as revisões dos sites antes de realizar suas compras. Além da proteção, ela se certifica da qualidade do produto e se eles atendem às suas necessidades.
— Quando vou comprar uma coisa nova, olho a opinião de outros consumidores. Principalmente em relação a produtos de utilidade doméstica. Para a Black Friday eu já tenho definido o que eu preciso comprar. Dou preferência para sites que já comprei, mas caso vá comprar em um site novo eu busco referência da loja.
O Procon-SP tem uma lista com 307 sites que devem ser evitados, seja por reclamações registradas junto ao órgão por conta de problemas e ou relatos de lojas virtuais falsas. Veja aqui a lista.
Além de consultar a lista, o consumidor deve também procurar no site a identificação da loja (razão social, CNPJ, telefone e outras formas de contato, além do e-mail) e checar se essas informações estão corretas. O Procon-SP orienta a não comprar em sites em que as únicas formas de pagamento aceitas são o boleto bancário e/ou depósito em conta.
É importante que o usuário leia a política de privacidade da loja virtual para saber quais compromissos ela assume quanto ao armazenamento e manipulação de seus dados e que imprima ou salve todos os documentos que demonstrem a compra e a confirmação do pedido (comprovante de pagamento, contrato, anúncios, etc).