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5 dicas para pequenas e médias empresas que desejam exportar
Alta do dólar e crise estimulam a internacionalização; entenda cuidados e burocracias envolvidos no processo
A crise e a desvalorização do real frente ao dólar tornaram a exportação uma saída para aumentar o faturamento de PMEs. É comum, no entanto, que os empreendedores tenham dificuldades em dar o primeiro passo para sua internacionalização, muitas vezes por não ter o know-how ou uma equipe especializada em Comércio Exterior. Uma solução, nesse caso, são as consultorias, que oferecem orientação em todas as fases desse processo. André Belfort, sócio-diretor da Thoso Consultoria, elenca alguns pontos que merecem atenção antes de começar a exportar:
1. Preparação
Segundo Belfort, o primeiro e mais importante passo para dar início à exportação é a elaboração de um plano de negócios. Ele contém definições de qual linha será exportada, o volume, análises da cultura e do mercado estrangeiro onde está entrando para entender o potencial no país, quais barreiras terão de ser enfrentadas – idioma, adaptação do produto –, e ainda quem são os possíveis fornecedores e revendedores locais.
“É um trabalho a quatro mãos, do empresário junto ao consultor”, explica o especialista. Ele ainda destaca que é recomendado que o próprio empreendedor visite o país de destino, para ter o feeling da nova cultura em que seu produto será inserido.
2. Transporte
Um dos pontos que podem pesar mais no orçamento de PMEs que querem se internacionalizar é o frete, por dois fatores: tempo e custo. “Normalmente, os produtos são despachados por via marítima, que é mais barata. Mas também é preciso pensar em como ele vai chegar ao porto para embarque e no comércio onde será vendido”, destaca Belfort.
O aéreo, por ser o mais custoso, é indicado apenas quando o produto tem alto valor agregado e em caso de urgência. A fatia do rendimento destinada ao transporte ainda pode variar conforme o tipo de serviço – no caso dos e-commerces, por exemplo, que não contam com intermediários no processo, pode ser menor.
3. Burocracia
Com todo o planejamento feito, é preciso encarar a papelada. Esse processo pode ser dividido em duas etapas, segundo Belfort. A primeira é a adequação da empresa à categoria de exportadora, que pode ser feita habilitando-se o RADAR (Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros) na Receita Federal ou incluindo a atividade no contrato social da empresa, com a ajuda de um advogado ou contador.
A segunda etapa relaciona-se ao início efetivo da atividade, em que dois documentos necessários: o RE (Registro de Exportação) e o chamado Packlist, a lista de todos os produtos que serão levados para fora em uma nota fiscal. “As burocracias, em geral, são bem harmonizadas entre os países. Alguns destinos podem necessitar de um documento diferente, como no caso de exportação de produtos químicos ou penetração em zona de conflito”, afirma o consultor da Thoso Consultoria.
4. Planejamento Financeiro
O empreendedor também deve se preparar para um fluxo financeiro muitas vezes diferente do praticado localmente. Dependendo da negociação que ele conduzir com fornecedores e clientes, pode ser que receba em ciclos mais longos do que está acostumado, necessitando de um maior capital de giro. Belfort destaca que o valor recebido – em conta no país importador ou via correspondente bancário no Brasil – será o mesmo contido no plano de negócios, por isso a importância de serem definidos previamente os valores unitários de cada produto e a quantidade. “O empresário deve apurar a rentabilidade desde a saída da mercadoria do estoque até a chegada ao cliente”, orienta.
5. Câmbio
Belfort explica, ainda, que o momento é favorável a quem deseja exportar. Porém, os empreendedores não devem levar em conta apenas o câmbio vantajoso para decidir se internacionalizar. “Apesar do cenário atual, é natural do câmbio oscilar bastante. Minha sugestão é sempre se planejar considerando um câmbio mais valorizado”, finaliza.