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24/11/2015 09:27:28

A administração de Pessoal nos dias de hoje

O alto turnover gera um custo volumoso e expressivo nas finanças das organizações de qualquer porte ou ramo de negócio

Autor: Orcivaldo Faria CostaFonte: Revista IncorporativaLink: http://www.incorporativa.com.br/mostranews.php?id=11784

É perceptível uma distância entre os conteúdos ministrados em sala de aula e a aplicação prática no cotidiano, especialmente no que diz respeito à aplicação de processos de gestão de pessoas, como já anunciou previamente Idalberto Chiavenato, Benedito Rodrigues Pontes e outros ícones do assunto.

Não é incomum alunos dizerem que “na prática as coisas não funcionam bem assim” ou “a vida real não é como a literatura ensina”. Em parte, isso é verdade. Ainda vivemos em uma época na qual empresas de pequeno e médio porte são administradas por um faz-tudo. Empresários que compram, vendem, negociam, contratam, demitem e tomas todas as decisões que o negócio requer.

Mas, é justamente nesse ponto que reside uma grande oportunidade para a atuação dos profissionais de Gestão de Pessoas, já que estes podem exercitar a ciência aliada à experiência para tomar as melhores decisões. Isso certamente também irá trazer mais retorno para a empresa, seja na assertividade dos funcionários e cargos, criando um aumento da competitividade positivo e outros benefícios.

Em um primeiro momento, esse empresário-coringa pode sentir-se ameaçado com a redução de influência, poder e comando. É erro, imaturidade ou ciúme dele? A resposta é não. O que falta, na verdade, é um pouco mais de conhecimento acerca da importância da ação estratégica, da liderança participativa e o investimento nos valores humanos de sua equipe.

É então que entra em cena o profissional de Administração de Pessoal. Para conquistar confiança no dono da empresa, é preciso usar a força do conhecimento e os exemplos de case, sem ameaçar ou confrontar, nem questionar, mas oferecendo conhecimento e apoio nas ações estratégicas de pessoas, além de demonstrar que a organização poderá ter uma gestão muito mais enxuta, produtiva e, por consequência, competitiva.

Podemos, por exemplo, mostrar que uma contratação mal feita, quase sempre resulta em uma rescisão de contrato em curto espaço de tempo. Ou podemos afirmar categoricamente que o alto turnover gera um custo volumoso e expressivo nas finanças das organizações de qualquer porte ou ramo de negócio.

Além disso, é possível oferecer ajuda pautada em números estatísticos, um dos grandes atrativos para o empresário. Mostrar que o poder compartilhado não significa redução de comando ou de poder de decisão, mas sim a soma de forças em prol de um projeto comum: o negócio.

Logo, as políticas de Gestão de Pessoas podem agir em muitas frentes, como a construção e manutenção de um clima organizacional acolhedor, no incentivo à liderança participativa e na capacitação dos líderes, mostrando aos empresários que cada um deles também é gestor. E isso tem um poder fantástico de agregar pessoas, como bem afirma James C. Hunter, em sua maravilhosa obra “Como se tornar um líder servidor”.

O chefe, quando se desvencilha da sua rigidez e assume uma postura de liderança convidativa aos seus liderados, tem muito mais assertividade e retorno de seus trabalhadores, na forma de produtividade, qualidade das entregas e disponibilidade.

Costumo fazer uma pergunta que serve para todas as instâncias de relações humanas, quer sejam pessoais, afetivas, amorosas ou profissionais: o que eu devo fazer para que a pessoa de meu convívio queira continuar no meu time, apesar do assédio da concorrência?

Por exemplo, se eu vou a uma loja comprar um par de sapatos, o que aquela loja tem de diferencial, para que eu prefira comprar daquele vendedor? O que ele me oferece a mais? Sapato toda loja tem, com a mesma qualidade, inclusive no mais novo e forte concorrente, o e-comerce.

Se eu presto meus serviços para uma determinada empresa, o que me prende a ela? Por que eu fiz a opção em continuar a trabalhar para esta empresa, embora a distancia, e até mesmo às vezes o salário um pouco menor, em relação à oferta de emprego da empresa vizinha?

O relacionamento, nos dias hoje, é o maior diferencial que a organização pode oferecer como produto agregador de seu negócio. E para se construir o relacionamento precisamos investir nas lideranças, no clima organizacional, na ética, na cultura organizacional, no respeito às pessoas envolvidas com o negócio, desde o colaborador, ao cliente, ao fornecedor e comunidade.

É desafiador, mas os resultados são significativos e com certeza trará retornos muitos mais expressivos ao negócio. Não poderia ser diferente. Os tempos atuais, com as turbulências políticas e fiscais nos apresenta um cenário desafiador. E ninguém melhor que as pessoas que participam de nosso negócio para nos ajudar a superar os desafios.

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