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Notícia

28/09/2015 08:45:59

Pequena ou grande, corte de gastos vira receita importante

Em tempos de crise, empresas de todos os portes usam a criatividade e reduzem despesas

A loja de artigos hidráulicos e elétricos de Daniel Brant, a Pro Reparos, tem oito funcionários. A fábrica de pão de queijos Forno de Minas tem 950. Mas como na crise pequeno não tem diferença de grande, está todo mundo abusando da criatividade para fazer do corte de gastos uma nova fonte de receita. Além de medidas tradicionais como trocar as lâmpadas por LED e caçar vazamentos, Brant passou a priorizar funcionários do entorno, para economizar com custo de vale-transporte. “Dos oito funcionários dessa loja, na avenida Silva Lobo, sete são do Morro das Pedras. Economizo em média R$ 300 por mês com cada um”, conta.

Heitor Santos,24, é um deles. “Trabalho há dez minutos de casa, não perco uma hora para ir e outra para voltar, consigo ver meu filho de um ano na hora do almoço e até rendo mais no trabalho”, diz.

De acordo com o professor de gestão financeira da Fumec, Leonardo Teixeira, na crise, o que mais importa é o fluxo do caixa. “As vendas caem e o caixa fica apertado. Então, seja pequena, média ou grande, a empresa tem que fazer uma análise detalhada dos gastos. Tem que mapear a produtividade, trabalhar melhor os processos, baixar os estoques e redobrar a atenção com a margem de lucro, pois não adianta reduzi-la para garantir a venda se no fim não alcançar o resultado que precisa”, avalia Teixeira.

A Forno de Minas já tem um leque de soluções de controle. Mas, segundo a gerente de recursos humanos e comunicação Juliana Oliveira, esse pacote nunca foi tão importante. “Temos um programa de controle da produção que estabelece metas de redução do uso de matérias-primas na fabricação dos produtos. O peso dele agora tem sido ainda maior, pois, como não podemos controlar os fatores de mercado, focamos em manter nossos custos baixos”, destaca Juliana.

Legado. Com o comércio retraído, Silvana Leão revirou do avesso as possibilidades para aumentar o faturamento do restaurante Mixirica. E já conseguiu baixar a conta de luz em 10%. “Coloquei sensores nos banheiros dos clientes e adotei uma espécie de escala para não sobrecarregar o relógio. Ligo o ar condicionado, dez minutos depois ligo a máquina de sorvete, e assim por diante.”

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Marco Antônio Gaspar, afirma que, quanto há queda na receita, todos os empresários são obrigados a diminuírem a receita. “Todo mundo começa a fazer coisas que, na verdade, já poderiam estar fazendo há muito tempo. O aprendizado que precisa ficar é exatamente a manutenção dessas práticas mesmo depois que a crise passar”, ressalta Gaspar.

Gastar menos é a melhor alternativa para ganhar mais
 

Economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto. Dos três pilares da sustentabilidade, o lado econômico nunca pesou tanto como agora. Com a crise, combater o desperdício virou questão de sobrevivência financeira. Diante deste cenário, neste ano a demanda pelo programa “Cinco menos que são mais”, do Sebrae, aumentou 20%. Trata-se de uma consultoria que orienta o empresário a usar menos água, energia, matéria-prima e gerar menos resíduos e poluição. Através da redução desses gastos, o objetivo é elevar lucro e qualidade ambiental. 


“O consultor vai à empresa, faz um diagnóstico dos processos de produção, identifica o que pode ser reduzido e ajuda a montar um plano de ações para tornar o negócio mais eficiente”, explica a analista do Sebrae-MG, Júlia Padovezi. 


Augusto Freitas implantou o programa na Usina Choperia e Restaurante há um ano. “Se não fosse isso, agora, num momento em que as vendas caíram entre 10% e 15%, eu já teria fechado”, conta. Ele trocou o sistema de iluminação, adaptou torneiras e comprou uma máquina de lavar louças, que gerou economia com despesas de um funcionário, além da água. “Eu consegui baixar minha conta de luz pela metade e a de água caiu 30%. Em cinco m

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