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06/08/2015 08:50:27

Empresas que aplicam o modelo de excelência da gestão sofrem menos com as crises e se recuperam mais rápido

E para explicar mais sobre como funciona o modelo de gestão de excelência, confira a entrevista completa com Amandio João da Silva Júnior.

Autor: Amandio João da Silva JúniorFonte: EmpreendedorLink: http://empreendedor.com.br/entrevista/amandio-joao-da-silva-junior/

Toda empresa de qualquer tamanho e segmento pode contar com um auxílio especial para crescer e, sobretudo, se tornar competitiva em seu mercado de atuação. Essa ajuda vem do Movimento Catarinense pela Excelência (Excelência SC) que orienta as empresas na implantação de um modelo de gestão em seus negócios. A organização, que atua há 10 anos em Santa Catarina e já atendeu mais de 100 companhias, trabalha para otimizar a gestão nas organizações, permitindo que o empreendedor tenha o total controle da empresa em suas mãos.

O empresário Amandio João da Silva Júnior, proprietário da empresa DB Telecom, de Rio do Sul (SC), é o atual presidente do Excelência SC. Ele destaca que as empresas que aplicam o modelo de excelência na gestão têm uma margem de lucro maior, enfrentam de forma mais tranquila períodos de crise, pois estão mais preparadas, e se recuperam com mais facilidade também. Esse cenário empresarial foi comprovado através de um estudo elaborado pela Serasa Experian. E para explicar mais sobre como funciona o modelo de gestão de excelência, confira a entrevista completa com Amandio João da Silva Júnior.

Como surgiu o Movimento Catarinense pela Excelência (MCE) e quais as principais ações são desenvolvidas pelo MCE?

Amandio João da Silva Júnior – O movimento foi criado com o objetivo único de disseminar o modelo de excelência em gestão para as organizações catarinenses. A ferramenta de gestão que o movimento divulga foi criada nos Estados Unidos há alguns anos e acabou se alastrando pelo mundo todo, pois é um modelo muito eficaz com resultados bastante significativos e que pode ser aplicado naturalmente pelas organizações sem a necessidade de contratar consultores. É um modelo baseado em critérios e fundamentos bastante sólidos que foi aplicado com sucesso durante muitos anos, especialmente no governo americano e acabou chegando ao Brasil. Aqui no País, esse modelo é certificado, podemos dizer assim, pela Fundação Nacional da Qualidade e esta organização tem suas ramificações em todos os estados brasileiros. Em Santa Catarina, o Excelência SC, que foi criado há 10 anos, ajuda as organizações de todos os tamanhos e setores a aplicar esse modelo de gestão com a finalidade de auxiliar essas organizações para desenvolverem competitividade no mercado em que as empresas atuam, bem como também no mercado internacional. Isso tudo para que seja possível termos empresas referências com uma gestão de excelência. E todo o trabalho realizado pelo Excelência SC é totalmente voluntário, nem eu que sou presidente, nem os membros da diretoria ganham para atuar no movimento. Dedicamos-nos pela causa, porque queremos construir um País justo com distribuição de renda igualitária e, para atingir isso, é necessário desenvolver empresas, instituições e organizações fortes.

Durante esses 10 anos, quantas empresas o Excelência SC auxiliou? E como funcionou esse processo?

Júnior – O MCE, que antes chamava assim, era formado por 34 organizações, entre elas Fiesc, Weg, Marisol, Eliane, entre outras, que foram os fundadores do movimento. Nessa sistemática, atendemos a inúmeras empresas através da aplicação do modelo de excelência na gestão. E depois de atender às empresas, o movimento promove o Prêmio Catarinense da Excelência para certificar e reconhecer as organizações que aplicaram o modelo e atingiram uma determinada pontuação. Por meio de uma avaliação criteriosa de consultores e analistas, as empresas são reconhecidas pela aplicação do modelo de gestão. Temos uma escala de pontos, uma referência para premiar as empresas, que se divide entre 250, 500, 750 e 1.000 pontos. Em Santa Catarina, temos uma única organização que atingiu os 1.000 pontos e foi premiada a nível nacional: a Weg. E isso já faz 10 anos. Em Santa Catarina, o movimento já reconheceu mais de 100 empresas que atingiram diferentes faixas de pontos.

Explica um pouco mais sobre como funciona a metodologia do modelo de gestão proposto pelo Excelência SC?

Júnior – Basicamente, é um modelo aplicado por meio de questionários, que foram elaborados baseando-se em oito fundamentos e 21 critérios. Então, as organizações devem responder a esses questionários e, conforme vão avançando, esses documentos revelam uma fotografia das empresas. A partir dessas informações, o empresário fica sabendo em quais pontos ele está no caminho certo e em quais pontos ele precisa melhorar e aplicar um esforço maior. Por meio de um gráfico, que chamamos de “teia de aranha”, conseguimos entregar ao empresário uma análise visual para que ele possa tomar decisões, fazer investigações e aplicar um maior esforço em algum ponto deficiente. O importante é ter a informação correta disponível para poder tomar a decisão. E, de acordo com dados científicos, elaborado por um estudo da Serasa Experian, todas as organizações que aplicam o modelo de excelência na gestão têm uma margem de lucro maior, enfrentam de forma mais tranquila períodos de crise, pois estão mais preparadas, e se recuperam com mais facilidade também.

E como as empresas podem colocar em prática esse modelo de gestão? Como começar?

Júnior – A porta de entrada para tudo isso, especialmente para as microempresas, é o MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – organizado pelo Sebrae em todo o País. A parte técnica do MPE é o movimento Excelência SC quem faz. Realizamos as avaliações técnicas das empresas, através do questionário. Então, o primeiro passo para as microempresas começarem a aplicar o modelo de gestão de excelência é responder ao questionário do MPE Brasil. Agora, para outras organizações que já estão em um estágio superior, o primeiro passo é entrar em contato com o movimento Excelência SC e, a partir disso, enviamos um profissional para fazer uma avaliação inicial, depois seguimos com o processo de aplicação do modelo e propomos à empresa um trabalho para ser feito. Esse modelo pode ser aplicado na empresa toda ou somente em algum departamento específico que esteja apresentando algum problema momentâneo. A aplicação do modelo de excelência em gestão não tem um custo alto e apresenta um resultado sensacional, pois a partir do momento em que o empresário sabe onde está, sabe para aonde quer ir e sabe o que precisa fazer para chegar ao objetivo, tudo fica mais fácil. E o modelo de excelência em gestão vai entregar ao empreendedor exatamente isso, ajudando naturalmente as empresas a serem mais competitivas. A partir daí tudo passa a ser diferente, a relação com os clientes, funcionários muda, porque a empresa vai ter o modelo de gestão de excelência como parte da sua cultura. Assim, a tendência dos negócios é só deslanchar, apesar das dificuldades, problemas e variáveis do mercado.

Como o modelo de gestão para excelência pode fazer a diferença para a competitividade das empresas?

Júnior – O modelo de gestão para excelência vai otimizar as organizações em qualquer segmento e permite que o gestor tenha o total controle da empresa em suas mãos. Esse cenário naturalmente vai levar a empresa a obter resultados melhores e, consequentemente, ela será mais competitiva. E quando uma organização alcança esse nível, ela torna-se referência em sua área de atuação. E isso é simplesmente o resultado que vem por conta do esforço da empresa em aplicar o modelo de gestão de excelência. Falando assim pode parecer fácil, mas são poucas as organizações que se predispõem a abrir os seus negócios para a aplicação desse processo de implantação do modelo de gestão de excelência. Sem falar que é necessário ter paciência, pois é um processo de longo prazo que envolve a implantação do modelo, a adaptação a ele e exige uma mudança na cultura organizacional até chegar ao conceito de excelência, que o movimento tanto preza.

Quais são as perspectivas ou planos que o MCE tem para o futuro para continuar contribuindo com o desenvolvimento de gestão de excelência nas empresas?

Júnior – Temos a consciência de que esses 10 anos de atuação do movimento não é nada ainda, há um longo caminho para se percorrer. Um dos motivos disso é porque a aplicação do modelo de gestão de excelência nas empresas é geralmente um assunto delicado, como já falei, exige que o empresário esteja disposto a, muitas vezes, mudar a maneira como administra. Além disso, muitos pequenos empreendedores pensam que essa metodologia é direcionada somente a grandes empresas. Apesar disso, estamos conseguindo, por meio da reaproximação com todos os fundadores do movimento, trazer cada vez mais organizações para o Excelência SC para trabalharem pela missão do movimento que é disseminar esse modelo de gestão. Então, por conta disso, o movimento está recebendo mais pedidos de empresas que querem aplicar nossa metodologia. E, especialmente, em 2015, será o ano que vamos reconhecer o maior número de empresas que conseguiram aplicar com êxito o modelo de gestão de excelência. Isso está acontecendo porque fizemos uma parceria com o Sebrae e incluímos um nível de pontuação menor que é de 125 pontos. Então, para essa categoria já recebemos mais de 30 inscrições de empresas até agora. A tendência é que o movimento consiga premiar entre 40 e 50 empresas no mês de setembro e que, no próximo ano, 100 organizações sejam reconhecidas com o Prêmio Catarinense de Excelência.

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