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Notícia

29/12/2008 09:16:43

Com crise, classes C, D e E devem ter dificuldade para manter contas em dia

Fonte: InfoMoney
Os efeitos da crise financeira internacional, como redução da oferta de crédito, desaquecimento da atividade econômica e elevação da taxa de desemprego, devem dificultar aos consumidores das classes C, D e E manter as contas em dia, no próximo ano. A previsão é do economista e professor da UnB (Universidade de Brasília), Roberto Piscitelli. "Os efeitos da crise não poupam sequer outras classes. Para as classes C, D e E, as dificuldades serão maiores. É natural que isso ocorra porque muita gente vinha rolando dívida ou substituindo por outras. Uma outra questão é a renda. Muitas pessoas podem ter de abrir mão de parte da renda, com redução de jornada, menos horas-extras, menos turnos de trabalho", disse, conforme publicado pela Agência Brasil. Na opinião de Piscitelli, tal cenário poderá ser observado com maior intensidade no primeiro semestre de 2009, já que, com a perda de confiança das instituições financeiras, renovar crédito ou fazer novos financiamentos fica mais difícil, especialmente porque nas classes mais humildes as pessoas podem não ter tantas garantias para oferecer. Crédito mais caro Outro fator que prejudicará o consumidor de baixa renda, segundo o especialista, é o encarecimento do crédito, pois, segundo o BC (Banco Central), a taxa de juros para as pessoas físicas subiu de 54,9% para 58,7% ao ano. Ainda conforme dados divulgados pelo BC, entre outubro e novembro de 2008, a inadimplência das pessoas físicas passou de 7,6% para 7,8%, a mais alta desde agosto de 2003. Em São Paulo, a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), mostra que, entre os inadimplentes, os trabalhadores que ganham até três salários mínimos correspondem a 41%, contra 24% dos que ganham de quatro a dez salários mínimos e 21% entre os que possuem renda acima deste patamar. Segundo a entidade, em dezembro, o número de paulistanos endividados foi maior entre os que ganham até dez salários mínimos, atingindo 53%. O fato se explica pela expansão da oferta de crédito verificada nos últimos anos, que possibilitou que pessoas de baixa renda passassem a fazer parte do mercado consumidor.

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